domingo, 24 de junho de 2012



Papai do céu, me guia que eu to perdida..
Quando eu estiver parecendo não me importar, perceba que estou me acostumando. Vivo sem muitas coisas, convivo com muitas faltas e despedidas. Resultado: estou me acostumando. Mas você não pode chegar, arrombar a porta, estufar o peito e dizer com a voz amarga de alguém injustiçado que eu esqueci. Você não pode me apontar dedo algum, pois eu já senti tapas demais das mesmas mãos. Não invada a minha vida quando eu estiver já na etapa de conformismo da sua ausência e sumiço. Enquanto for andar no mundo afora, leve algumas música que ouço, uns livros que leio, uma ou outra receita de um doce que eu goste. Guarde consigo as minhas manias e me deixe ser um belo porta-retrato na sua sala. Mas não brinque de balanço ou ioiô, não brinque de testar a minha mágoa. Me leve, mas não me traga de volta. Não traga você também. Eu estou me acostumando.

domingo, 20 de maio de 2012

Escrevo nesse blog por um único motivo: Ele tem mais paciência do que as pessoas!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Desapegar é preciso. Sei que é difícil, mas você é capaz garota. Esqueça as roupas velhas, os amores passados, as amigas falsas e os sapatos que não cabem mais. Deixe ir, afinal, já vai tarde! Em nossas vidas temos muitos momentos felizes e inesquecíveis, porém passageiros. São necessários para que possamos aprender alguma lição, são necessários para que possamos errar. Porque quando chegar o momento certo... A vida não vai te permitir erros, é hora de acertar. Em cheio.
Eu percebi o quanto estou sozinha agora há pouco. E me deu vontade de chorar. Me deu vontade de chorar por saber que não sou ninguém sem alguém por perto pra segurar minha mão e enxugar minhas lágrimas. Me deu vontade de chorar justamente por eu ser tão frágil sem ninguém por perto, tão incompleta sem a presença de alguém que seja capaz de aceitar os meus defeitos. Me deu vontade de chorar por eu sempre ter sido tão errada, por meter os pés pelas mãos querendo chamar a atenção de qualquer pessoa, por eu estar tão sozinha, tão vazia, tão sem ninguém por perto pra me chamar de amiga, de amor, ou seja lá do que fosse. Eu não me importo em ser clichê, não tenho medo de amar ninguém a ponto de me perder em um olhar qualquer, não ligo pra quem me acha estupidamente idiota, ridícula, e boba. Mas me deu vontade de chorar por eu ser tudo isso mesmo, me deu vontade de chorar pelas pessoas, me deu vontade de chorar porque tem tempo já que eu não choro, e eu estava sentindo meu coração muito mais pesado por isso. Me deu vontade de chorar porque eu tenho mania de gostar das pessoas erradas, e nenhuma delas me bastou, nenhuma delas parou pra tentar ver além do que eu pareço ser, nenhuma delas tentou me conhecer por inteiro. E aí eu chorei - chorei porque não aguento mais ser esse fracasso todo. Eu até aguentaria, e muito bem. Se alguém estivesse do meu lado…

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

"Duas vezes eu quase morri de saudades de você. Uma quando eu vi Closer e lembrei que o amor, como deveria, não existe. E outra quando escutei sem esperar “Quem te viu, quem te vê” e lembrei que você era um pedaço charmoso de tudo o que o mundo e a vida têm de mais charmoso. Doeu lembrar ou aceitar que esse pedaço não existe mais nem no predinho azul e nem no sofá azul. Neste dia você finalmente morreu, e eu chorei de luto sem teatro, de luto não atual, de resto de luto. De um luto morto.
Você namora, casou, sei lá, com a menina de bolsas e saias bonitas que não tem cara de louca. E essa é a minha vingança, porque eu sei que você é mais feliz sem loucura, mas a felicidade e a normalidade não existem. Eu ainda acho que a gente tinha alguma verdade que faz você, nem que seja a cada 100 anos, arranhar um Chico Buarque em meu luto. Um luto cheio de vida.
Vez ou outra chegam aqueles seus emails que você responde por educação e são cheios de frases quase íntimas envoltas pela maior frieza do mundo. É como se a cada letra você reafirmasse que somos amigos cheios daquela inteligência de camaradas descolados e bem resolvidos que, como tudo na vida que ainda respira e tem cor, seguiram em frente.
Sim, somos isso mesmo, claro. Mas eu caguei para tudo isso e fico com o seu abraço naquele fim de festa estranho em que você foi o dj e, para a minha surpresa, me fez matar a saudade do meu mundo.
Eu fico com as danças que sem nenhum medo das críticas eu improvisei para o nosso espaço no universo. Dancei como uma bailarina que volta a funcionar milagrosamente, e pela última vez, numa caixinha de música quebrada.
Eu fico para sempre com o que você plantou em mim, essa erva do mal. Você sabia que me tornei uma mal-humorada-pseudo-intelectual totalmente insuportável e crítica? Você ao menos era culto de verdade.
Você está bem onde está, eu estou bem onde estou. Mas, como aconteceu naquele dia na praia, em que eu passei indo com meu novo amor e cruzei você vindo com seu novo amor, não tem como a gente não olhar para trás.



João e (a velha) Maria, Tati Bernardi.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Depois eu lembrei que todo mundo passa mas ninguém fica e tive vontade de chorar o choro mais longo e pesado do mundo.